Matchmaking: como se preparar para uma boa reunião de conexão

10 min. de leitura 07.10.2024

Os dias 17, 18 e 19 de outubro foram de discussões potentes e inspiradoras no Festival SGB, no espaço da ACATE, em Florianópolis, onde fica a Unidade Primavera do Impact Hub. O evento é promovido anualmente pelo Social Good Brasil, organização da sociedade civil, criada a partir de parceria com a Fundação das Nações Unidas, que lidera o movimento +Social Good no mundo.

O festival, que acontece há 13 anos, é a oportunidade do ano de encontrar pessoas fantásticas, ouvir pessoas que estão utilizando tecnologia para gerar impacto positivo e ver projetos espetaculares nascerem.

“Eu conheci o Impact Hub em 2014, na Hub Escola, que aconteceu dentro do Seminário Social Good Brasil (o Festival SGB da época), mesmo antes do Impact Hub Floripa iniciar suas atividades. Participei de todas as edições desde o início e participar desta edição, na nossa casa, foi muito especial. Um Festival SGB íntimo e potente com rodas de conversa, oficinas práticas e muitas falas úteis e inspiradoras no palco.” – Márcio Cabral, sócio-diretor do Impact Hub.

Nesses espaços, podemos fortalecer parcerias, discutir sobre os caminhos que escolhemos enquanto sociedade e trocar aprendizados de forma muito aberta e transparente.

O propósito do Festival se mistura com o propósito do Impact Hub e dos participantes, e a sensação que reverbera é de que um mundo mais justo, inclusivo e sustentável é possível sim – é só juntar esse pessoal todo mais vezes!

Confira um pouco de como foi a nossa participação no Festival SGB.

Inovação a serviço da sociedade

Ana Hoffmann, head do Hub Escala, moderou a roda de conversa “Inovação a serviço da sociedade”, ao lado de Soraia Zonta, fundadora da Bioart, Marina Barbieri, coordenadora do Sebrae Delas em Santa Catarina, e Carol Farah, diretora da Vertical PeopleTech da ACATE e head of consulting and sales na Plooral.

“Participar do Festival Social Good Brasil é como se sentir em casa – uma casa em que somos bem recebidos, acolhidos e que todo mundo que está nela são pessoas que com certeza queremos sentar para tomar um café.” – Ana Hoffmann, head do Hub Escala.

O painel teve como objetivo trabalhar com a temática de impacto para startups e organizações que se relacionam com startups.

Foi um painel apenas entre mulheres, em que foram discutidas questões de gênero e reforçada a ideia de que só é possível falar de inovação a serviço da sociedade se essa sociedade estiver bem representada em espaços como esse.

“Falamos sobre o poder do empreendedorismo com propósito, mas mais do que isso, refletimos sobre a responsabilidade que cada um de nós carrega. Como consumidores, investidores, empreendedores ou simplesmente cidadãos, nossas escolhas têm consequências. As startups de impacto nos mostram que é possível construir um caminho em que o lucro e o impacto positivo coexistem. E redes de apoio são essenciais para a manutenção desses negócios.”

As perguntas que ficam são: como podemos, individual e coletivamente, fortalecer essas iniciativas? Como podemos reimaginar o futuro do trabalho, do consumo e das relações humanas para que o impacto positivo não seja a exceção, mas a regra?

Feira de negócios de impacto

O Festival SGB também foi palco para a feira de negócios de impacto do Hub Escala, vertical do Impact Hub Floripa, São Paulo e Porto Alegre, especialista em identificar desafios de gestão e inovação, realizando scouting, aceleração de startups e negócios inovadores, que ajudam empresas e governos a solucionar esses desafios.

São mais de 420 negócios mapeados entre startups e ONGs, que vivenciaram programas como o InovAtiva de Impacto Socioambiental, Empreendedoras Tech, Accelerate 2030 e IdeiaGov. A gente move os negócios que movem o mundo em uma direção mais justa e sustentável.

Convidamos 6 startups nossas (2 do programa Empreendedoras Tech e 4 do InovAtiva de Impacto Socioambiental) para expor seus produtos e serviços. O objetivo foi mostrar que negócios de impacto possuem um modelo de negócios que para de pé, além de trazer visibilidade para esses negócios.

Conheça as startups que participaram:

 

WebBula – Produtos e Serviços em Tecnologia da Informação (InovAtiva de Impacto Socioambiental)

Conecta o histórico médico com toda a rede que cuida da saúde do paciente.

Responsável: Antônio Eduardo Ribeiro.

 

CORRE.SOCIAL (InovAtiva de Impacto Socioambiental)

Organização dedicada a conectar o país a um futuro melhor, promovendo geração de renda, cultura, educação e cidadania, por meio de seu aplicativo e trabalho social.

Responsável: João Pedro Megid Carrilho.

 

mingoo (Empreendedoras Tech)

Plataforma de passeios turísticos audioguiados. Através da plataforma, permite ao turista realizar um passeio turístico de forma autônoma, no seu ritmo, com a rota do passeio traçada e a indicação dos pontos onde deve ouvir cada áudio.

Responsável: Ana Paula Araújo Leite.

 

4Feedstock (InovAtiva de Impacto Socioambiental)

Startup especializada em Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (PD&I) voltada para a redução de resíduos enviados para aterros, impulsionando a transição para uma economia circular.

Responsável: Wellyngton Amorim.

 

LabPresença: estúdio de experiências imersivas (Empreendedoras Tech)

Hub de tecnologistas criativos especializado em desenvolvimento e criação de conteúdo para experiências imersivas e interativas de realidade virtual, aumentada, telas imersivas, sensores corporais e ambientes imersivo-interativos.

Responsável: Carolina Dias de Almeida Berger.

 

INvasãoIN (InovAtiva de Impacto Socioambiental)

Comunicação para micro e pequenos negócios, focada em narrar a essência da startup em formatos de vídeo que refletem a inovação por trás do sucesso. 

Responsável: Ingrid Pípolos.

 

Alguns negócios participaram dos programas há anos e outros estão participando atualmente, e o sentimento que há em comum é o de agradecimento pela jornada que tiveram e a possibilidade de divulgarem seus negócios.

Inovador é revolucionar as relações

Márcio Cabral, sócio-diretor do Impact Hub, anfitriou o aquário “Inovador é revolucionar as relações”, junto com Rodrigo Borges, palestrante, comunicador e membro do Impact Hub Floripa.

“Trouxemos leveza para o tema com uma ambientação de aquário no auditório do Centro de Inovação: fomos vestidos com pé de pato e máscara de mergulho para convidar os participantes a mergulharem fundo no tema.”

Fotos: @socialgoodbrasil

 

O aquário começou com as participações da Silvia Luz, diretora executiva do Social Good Brasil, e do Ubiraci Pataxó, liderança indígena do povo Pataxó.

A pergunta libertadora foi: quais relações te reprimem e quais te impulsionam? A partir daí, muitos participantes passaram pelo centro do aquário e deixaram suas percepções, experiências e instigações, que despertaram insights e provocações em quem estava na sala.

Cidades resilientes: o desastre não é natural

Elenita Sales, analista de Comunidade do Impact Hub, atua também no Preta no Verde, organização de consultoria e produção de conteúdo sobre temas socioambientais através de uma perspectiva afrodiaspórica.

Fotos: Ana Paula Santos e Fernando Willadino

 

Participou do aquário “Cidades resilientes: o desastre não é natural”, ao lado de Tarso Oliveira, empreendedor social e coordenador do Regenera RS, Bruna Kadletz, ativista humanitária e climática e diretora da Círculos de Hospitalidade, e Rica Neto, professor de Psicologia Integral da Escola De Volta ao Mundo.

“Além da minha perspectiva enquanto cientista e ativista da pauta climática e socioambiental, pude compartilhar a importância da vivência e do desenvolvimento de comunidades para lidar com tais desafios e encontrar soluções concretas. Conhecimento que venho aprofundando e vivenciando enquanto maker no Hub.” – Elenita Sales, analista de Comunidade do Impact Hub.

Nas Internas

E tivemos participação cultural também. Elen Cristina, que é analista de Comunidade do Impact Hub, subiu ao palco do “Nas Internas” especial Festival SGB, levando um pouco do seu projeto cênico-musical “Corpo Território”, que é resultado de uma pesquisa acadêmica apresentada na Universidade Federal de Santa Catarina.

Com um repertório de músicas nacionais que perpassam conceitos como território, territorialidade e corpo negro, a construção da apresentação trouxe referencial de ancestralidade, sentires como amor e saudade, pertencimento e espiritualidade.

O show da Elen foi um dos pontos altos do Festival SGB. Temos registro da Gabi Werner, nossa diretora e cofundadora, com a pequena Luana, encantada pela apresentação.

Fotos: @ramosamandda

Participar do SGB foi uma grande alegria, foi o retorno aos palcos depois de dez meses. Compartilhar com tantas pessoas queridas um pouquinho do meu projeto me levou ao resgate do que não posso deixar de fazer: cantar sempre que preciso, estar presente sempre que possível e compartilhar a vida com quem vibra por mim. O Impact Hub é a organização que acolheu meu corpo e as minhas singularidades. Me sinto em casa e estar no SGB foi extensão dessa casa. – Elen Cristina, analista de Comunidade do Impact Hub.

E o que fica de mais importante desses 3 dias de Festival SGB?

“Saio com o pensamento de que boas ideias e boas pessoas precisam se reunir em espaços como esse mais vezes. Foram diversas conexões, aprendizados e contribuições que demorariam muito mais a chegar se eu estivesse fora dessa rede e daquele lugar.” – Ana Hoffmann.

“Foram muitas partilhas e acontecimentos, mas me chamou muito a atenção que as oportunidades do uso dos dados disponíveis na internet são ilimitadas e os efeitos nocivos, como discriminação, golpes e uso indevido, vêm na mesma medida. É preciso regulamentação e letramento. Na outra mão, a valorização das ancestralidades e a reunião das diversidades enriquecem a nossa existência.” – Márcio Cabral.

“Enquanto pessoa que lida com ‘eco ansiedade’ das certezas e incertezas, tem sido bem difícil não me sentir impotente em alguns aspectos. Então, momentos de resgates com pessoas abertas e conscientes das urgências/emergências desse mundo me fazem lembrar que não estou sozinha ou que não sou a única que lida com isso. Saí com sensação de esperança e lembrete de que não estou aqui ainda somente pelos que ainda virão, mas para honrar aqueles que já se foram e permitiram com que eu chegasse até aqui. Reencontrei pessoas companheiras de luta de anos e conheci pessoas que sou fã e admiro.” – Elenita Sales.

Aprendi que estar presente com meu corpo em todos os territórios é algo essencial para que as bolhas sejam furadas cada vez mais através do diálogo, abraço, sorriso e canto. Aprendi que toda troca é válida e todo olhar é necessário para que mudanças importantes aconteçam.” – Elen Cristina.


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